Três indicadores que sinalizam uma má gestão financeira dos projetos de PD&I na Lei do Bem

É imprescindível o alinhamento da gestão de portfólio à gestão financeira, para redução dos custos dos projetos para a empresa
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A gestão dos projetos de inovação tecnológica possui características peculiares, que os diferem de um projeto comum. Eles possuem um maior risco envolvido e demandam um maior esforço de desenvolvimento para se chegar ao objetivo esperado.

Para uma gestão eficiente dos projetos de PD&I, com a consequente redução dos custos dos projetos para a empresa, é imprescindível o alinhamento da gestão de portfólio à gestão financeira, principalmente na utilização dos incentivos fiscais.

A Lei do Bem (Lei nº 11.196/05) é hoje o principal instrumento de apoio financeiro na alavancagem da pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica (PD&I) para as empresas localizadas no Brasil. Este incentivo fiscal compreende uma série de medidas legais para reduzir o pagamento de tributos, tais como IRPJ, CSLL, IPI e IRRF, e tem como objetivo o fomento ao crescente investimento em PD&I nas empresas. Para saber mais, acesse este ebook completo da Lei do Bem.

Apresentamos a seguir três indicadores que demonstram se a empresa exerce uma má gestão financeira dos projetos de PD&I sob a ótica dos incentivos fiscais à inovação tecnológica da Lei do Bem. Confira abaixo também o infográfico deste artigo.

 

Mais de 20% do valor total do projeto não são beneficiados

Verificamos com os nossos trabalhos, que normalmente apenas 20% dos dispêndios totais com os projetos de PD&I não são beneficiados nos incentivos fiscais da Lei do Bem. O principal benefício da Lei do Bem é a exclusão adicional de 60% a 100% da totalidade dos dispêndios com pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica. Entretanto, para o cálculo do benefício, em razão da legislação, alguns dispêndios são considerados como não qualificáveis, quais sejam: gastos internacionais, com terceirização de PD&I para médias e grandes empresas e serviços indiretos.

Assim, quando o % de exclusão dos dispêndios não qualificáveis do projeto é acima de 20%, é importante que a empresa avalie as principais causas da exclusão e planeje ações que irã reverter este quadro. As principais ações que a ABGI propõe para seus clientes para cada dispêndio não qualificável são:

Fornecedores Internacionais

  • Identifique possíveis fornecedores nacionais para substituir a compra de materiais ou serviços internacionais;
  • Formalize o contrato de assistência técnica com fornecedores internacionais.

Terceirização de PD&I

  • Analise os contratos firmados com os fornecedores de PD&I para verificação ou alteração do tipo de serviço prestado;
  • Analise os fornecedores enquadrados como grande empresa e busque por fornecedores com porte de microempresa ou empresa de pequeno porte, ou ainda, alguma instituição de pesquisa que consigam realizar a mesma atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Serviços Indiretos

  • Realize a alocação direta dos dispêndios por projeto;
  • Revise os critérios de rateio utilizados com uma análise mais aprofundada do numerador e denominador da fórmula.

 

Outro indicador importante a ser analisado, está relacionado ao percentual de benefício líquido obtido pela empresa na Lei do Bem, em comparação as outras empresas do setor. A baixa recuperação do incentivo fiscal da empresa, quando comparado ao setor, pode indicar que sua empresa não está utilizando todo o potencial da Lei do Bem. Confira neste infográfico a média do benefício liquido por setor.

Quando o resultado verificado é abaixo da média do setor, qual seria a solução? Algumas soluções propostas pela ABGI, são:

  • Analise as demais empresas como benchmarking para definição dos projetos de PD&I;
  • Realize um diagnóstico das principais formas de controle dos dispêndios: coletor de custo e apontamento de horas, buscando possíveis inconsistências da sua empresa.

 

Falta de controle dos dispêndios

O terceiro indicador que consideramos crucial para avaliação de uma gestão eficiente dos recursos financeiros diz respeito ao controle dos dispêndios. Verificamos que muitas empresas ainda utilizam um único coletor de custos para todos os projetos, inviabilizando assim uma segregação segura dos gastos, além da falta de atendimento as condições previstas na legislação para utilização dos benefícios. Nesse caso, quais seriam algumas das possíveis soluções?

Falta de apontamento de horas

  • Elabore apontamento de horas diário de forma retroativa, com rastreabilidade através de atas de reunião, e-mails e agendas;
  • Ofereça uma planilha ou sistema de apontamento de horas para a equipe;
  • Identifique critérios de rateio uniformes e consistentes para alocação das horas.

Controle dos dispêndios por programa

  • Realize um diagnóstico dos controles de projetos visando identificar o correto agrupamento das atividades para projetos;
  • Visualize todas as atividades do programa, visando excluir apenas os dispêndios contaminados.

Falta de controle dos dispêndios executados por áreas de suporte

  • Elabore uma tarifa horária para cada tipo de teste realizado pelos laboratórios que oferecem esta atividade suporte ao desenvolvimento do projeto;
  • Rastreie todas as áreas de envolvidas no projeto para reclassificação de seus dispêndios.

Falta de coletor de custo por projeto

  • Identifique os dispêndios dos projetos nos centros de custo das áreas através, por exemplo, do pedido de compras, descrição da nota fiscal ou contrato estabelecido com o fornecedor;
  • Analise os possíveis coletores de custo existentes na empresa, e tente reorganizá-los para que eles possam controlar os dispêndios de cada projeto;
  • Elabore critérios de rateio uniformes e consistentes para determinar os dispêndios de referentes a cada projeto.

 

Leia também: O distanciamento da área técnica e financeira pode prejudicar a utilização da Lei do Bem

A ABGI , ao longo de 10 anos, auxilia as empresas a construírem um aprimoramento para uma boa gestão financeira dos projetos buscando um melhor aproveitamento dos incentivos fiscais da Lei do Bem e de outras fontes de recursos financeiros. Assim, entendemos que as empresas que apresentam uma boa gestão financeira adotam as seguintes boas práticas:

  • Existência de Focal Point para área de inovação que tenha interlocução com outras áreas da empresa, como: financeira, fiscal, contábil e recursos humanos;
  • Reconhecimento dos incentivos fiscais como um beneficio estratégico para a companhia; e
  • Engajamento da alta gestão da empresa no tema.

Os resultados das empresas que adotaram essas boas práticas, e ajustaram seus processos segundo os indicadores apresentados, foram:

  • Maior sistematização do processo;
  • Melhor gerenciamento dos dispêndios diretos e indiretos;
  • Melhor gestão do conhecimento;
  • Otimização dos resultados da Lei do Bem;
  • Redução dos custos dos projetos de inovação;
  • Definição da governança de todas áreas envolvidas.

A equipe da ABGI pode ajudar a sua empresa a alcançar estes resultados. Quer saber como? Entre em contato com um de nossos especialistas.

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