“Registrei uma patente! E agora?”

Especialistas apontam melhores alternativas para buscar financiamento
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Diariamente inventores que possuem uma ideia ou até mesmo já contam com um registro de patente, estão em busca de investimentos ou orientação sobre qual caminho seguir para tirar o projeto do papel e transformá-lo em uma tecnologia comercializável. Segundo as consultoras em inovação da Inventta+bgi/ABGI Tiara Bicalho e Bruna Soly, inicialmente é preciso ter consciência de que proteger uma ideia via patente não é, necessariamente, uma regra, e que nem toda patente vai gerar um produto. “A decisão de patentear ou não depende da estratégia traçada pelo inventor. A patente pode contar pontos em análises de programas de fomento, mas também há casos em que é feito o depósito do pedido e o ciclo se encerra aí”, comenta Bruna. No que tange a esse aspecto, o recomendado é buscar ajuda em consultorias especializadas ou nos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs).

Financiamento

O maior questionamento dos inventores, entretanto, reside na questão do financiamento para viabilizar que a tecnologia patenteada chegue ao mercado na forma de um produto ou processo inovador. A boa notícia, segundo Tiara e Bruna, é que são muitas as alternativas disponíveis. Para aqueles que já possuem um depósito de pedido de patente ou patente concedida, os programas Inovacred Expresso – da Finep – e MPEME Inovadora – do BNDES são boas alternativas. Ambos oferecem linhas de financiamento ágeis e com atrativas taxas de juros para o desenvolvimento e comercialização de novas soluções inovadoras. Há o requisito, porém, de um CNPJ. Para quem está em busca de recursos não-reembolsáveis, as fundações de amparo são a melhor alternativa. Em Minas Gerais, a Fapemig, em parceria com o Sebrae, Instituto Euvaldo Lodi e BDMG promove, desde 2007, o Programa Inventiva. A ação é voltada para inventores, micro e pequenas empresas que também já possuam um depósito de pedido de patente. O Inventiva oferece até R$50 mil por proposta para o desenvolvimento do protótipo da solução. “É exigida uma contrapartida mínima de 10% do valor total concedido, mas é importante destacar que essa exigência é bem modesta em relação a outros programas”, pontua Tiara. Outra alternativa para inventores que querem impulsionar seus projetos são os programas de aceleração e incubação. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por exemplo, coordena o Programa InovAtiva Brasil. A iniciativa oferece capacitação em empreendedorismo inovador, acesso a mentores nacionais e internacionais, conexão com investidores e grandes empresas, suporte para internacionalização e vantagens em outros programas públicos e privados de apoio a startups. Para participar não é necessário contar com um CNPJ, mas é exigido, pelo menos, que o negócio esteja em fase pré-operacional, com o protótipo em desenvolvimento. “Os programas de aceleração constituem grandes oportunidades para amadurecer ideias, por meio de mentorias, e também para estabelecer contatos, pois nem sempre o inventor tem a veia empreendedora necessária para tocar o projeto, e a figura de uma pessoa com conhecimento de mercado é essencial”, salienta Bruna. Já a incubação é voltada para empresas constituídas, mas que ainda estão em fase de amadurecimento do negócio. A tecnologia, nesses casos, não precisa nem estar comercializada, e muitas vezes ainda encontram-se na fase de prototipagem.  As incubadoras oferecem infraestrutura e suporte gerencial às empresas incubadas, orientando os empreendedores quanto à gestão do negócio e sua competitividade, entre outras questões essenciais ao desenvolvimento de uma empresa.

Capital semente

Outro caminho para quem está atrás de recursos para sua empresa inovadora é buscar iniciativas de capital semente, como o Criatec II. A segunda geração do fundo conta com um aporte de R$186 milhões para serem investidos em cerca de 36 empresas. Por se tratar de capital de risco, é feita uma análise prévia da viabilidade do negócio para se definir se vale a pena ou não o investimento. Por isso, Tiara recomenda que só busque essa alternativa inventores com projetos mais maduros. “O ideal é passar primeiro por um programa de aceleração ou incubação antes de recorrer aos fundos de capital semente”, explica. Por fim as consultoras da Inventta+bgi/ABGI destacam o Prêmio Finep, que reconhece iniciativas inovadoras de empresas de todos os portes e também de inventores que possuam patente concedida pelo INPI e cujo produto já esteja comercializado.  Além da visibilidade, o Prêmio Finep oferece premiações em dinheiro que podem chegar a R$100 mil para o Inventor Inovador e R$ 200 mil para Micro e Pequena Empresas em cada etapa da premiação (regional e nacional).

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