
A Klabin é uma empresa do setor de papel e celulose que conta com mais de 20 mil colaboradores distribuídos em escritórios e 19 unidades industriais, sendo 18 no Brasil e 1 na Argentina. E uma das responsabilidades da Renata Freesz é oxigenar todas as áreas, incentivando o pensamento inovador, a colaboração e o intraempreendedorismo. A Klabin é considerada uma empresa madura no processo de gerenciar a inovação e por isso, vale a pena conferir esta entrevista exclusiva.
O que é inovação para a empresa?
Entendemos a inovação como uma ponte que conecta a empresa de hoje com o que a gente está se transformando para o futuro. A inovação acontece todos os dias, é uma ferramenta, uma conexão, sempre com um objetivo claro de gerar algo sustentável, inteligente e produtivo. Ela é o caminho, e não o destino.
Dentro da Klabin, a inovação também envolve gerar impacto positivo para a sociedade e o meio ambiente, o que já faz parte do nosso DNA.
Há uma área dedicada a inovação? Como está estruturada?
Hoje temos uma área que está dentro de uma diretoria focada em inovação, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento. Nesta área também focamos em inovação aberta, conexões com o ecossistema, centros de pesquisas e universidades.
Então é frequente a realização de projetos em parceria como universidades, ICTs ou startups?
Sim, trabalhamos muito com universidades e startups. Acreditamos que trazer olhares diferentes enriquece a instituição.
Já trabalhamos com diversas startups em vários formatos, principalmente por meio de desafios. Objetivamos ter cada vez mais parceiros, trabalhar com cada elo do ecossistema da inovação, pois entendemos que cada uma tem uma expertise diferente e queremos explorar cada vez mais todas as possibilidades de colaboração para crescermos juntos.
Como mantém o foco e o engajamento de toda equipe para a inovação?
É um trabalho contínuo, temos mais de 20 mil funcionários e várias fábricas espalhadas pelo Brasil e fora dele. Cada área tem um nível de engajamento, algumas já avançadas, outras dando os primeiros passos. É um processo contínuo de troca. Inclusive para engajar todos os colaboradores em relação ao fomento à inovação, divulgamos editais internamente, e os programas da própria Klabin.
Um dos nossos papéis é dar acesso, somos prestadores de serviços dentro da empresa. Trabalhamos próximo de todas as áreas, do P&D ao jurídico, para mostrar que a inovação deve acontecer em toda a empresa. Desmistificamos a inovação e o nosso objetivo foi alcançado, as pessoas não têm medo mais de dar ideias e buscar soluções diferentes. Hoje em dia o time está bastante comprometido a construir em conjunto.
Como lidam com os riscos relacionados ao desenvolvimento de projetos inovadores?
Tentamos segmentar os tipos de ações. Tudo o que envolve inovação tem risco, procuramos começar em um ambiente seguro, em seguida expandir quando sentimos confortável com as soluções encontradas.
Qual é a contribuição dos recursos financeiros para alavancar os projetos?
É fundamental, por isso vemos a importância de empresas como a ABGI para nos ajudar a monitorar as oportunidades aderentes aos projetos da Klabin e nos conectar com todo o ecossistema de inovação.
Buscamos utilizar todas as oportunidades disponíveis, como a Lei do Bem, e participamos de editais de recursos reembolsáveis e não reembolsáveis. Por exemplo, no nosso Centro de Tecnologia, todo o time de pesquisa e desenvolvimento faz parte de um processo de financiamento da Finep.
Como a pandemia impactou a inovação na empresa?
Tivemos que nos adaptar, criar novos processos para viabilizar a continuidade das fábricas, novas dinâmicas para o trabalho remoto, e apesar de tudo, aprendemos muito com esta experiência.
A Klabin também atuou em frentes de trabalho que não fazia parte da empresa para ajudar diretamente o país. Como exemplo, a área de compras se envolveu com outras empresas para adquirir respiradores.
Como a transformação digital tem impactado? Tem sido uma pauta na inovação ou é tratada a parte?
Está tudo junto, não tem fronteiras. A área de TI está a frente e faz um trabalho excelente, digitalizando, apoiando no trabalho remoto, e todas as iniciativas internas de transformação digital que estavam em curso foram aceleradas com a pandemia.
Qual orientação você daria para as empresas que estão estruturando agora seus processos de inovação?
É importante começar pequeno, com objetivo e propósito. Respeitar a cultura da organização, engajar os colaboradores, mostrar o resultado primeiro para encantar as outras áreas. Não tem certo nem errado, crie seu próprio caminho e siga ajustando os processos ao longo do tempo.