O que são os Investimentos Responsáveis?

Entenda o termo e a sua importância.
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Os investimentos responsáveis são caracterizados pelos ganhos ambientais, sociais e de governança corporativa – ESG – além dos ganhos financeiros. São orientados para estimular o cumprimento de metas com temáticas consideradas importantes pelos órgãos internacionais. Promove maior confiança e envolvimento dos consumidores, por corresponderem à planos de ação para sanar algumas preocupações sobre o futuro da humanidade. Para tal, é importante que os investimentos sejam aportados com regras claras em projetos de impacto mensurável a partir de dados e métricas confiáveis e, preferencialmente, veiculados publicamente.

Alinhamento de conceitos

Ao começar a ler sobre o tema, você vai se deparar com estes três conceitos importantes: ESG, ODS e Acordo de Paris. Consideramos importante apresentar a você:

ESG – Environmental, Social and Governance (ou ASG, em português)

Indicam os investimentos que consideram, além retorno financeiro, os critérios Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa. Também é usado para indicar melhores práticas para os negócios.

Aos investidores é cobrada uma postura mais sustentável, que acompanhe as movimentações sociais. Leia mais sobre este tema no texto: Inovação no Setor Químico Brasileiro –Desafios Técnicos, Captação de Recursos Financeiros e ESG

https://https://abgi-brasil.com/inovacao-no-setor-quimico-brasileiro-desafios-tecnicos-captacao-de-recursos-financeiros-e-esg/

ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

As ações necessárias para o desenvolvimento responsável e sustentável são alinhadas pelos 17 indicadores elaborados pela Organização das Nações Unidas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Algumas ações voltadas a valores de Governança responsável são: ética e transparência, estruturação de comitês de auditoria fiscal, diversidade na composição do conselho de administração e independência do conselho. Quanto às ações sociais, alguns exemplos são: reduzir a fome mundial, apoio à primeira infância, aumento de empregos, combate às doenças e epidemias e redução de desigualdades.

Neste sentido, os Títulos Sociais, ou Social Bonds, são exemplos de títulos de dívidas que podem ser emitidos para financiar projetos ou ativos com impactos positivos para a sociedade.

Acordo de Paris

Aprovado em 12 de dezembro de 2015 durante a COP21, tem o objetivo de combater as alterações climáticas e intensificar as ações e investimentos para um futuro sustentável e baixo em carbono. E sugere que as metas que asseguram que o aumento da temperatura global fique abaixo de +2ºC de níveis pré-industriais.

O Brasil é o 6º maior emissor de GEE (Gases do Efeito Estufa), no qual o uso da terra responde por mais de ⅔ das emissões. O Acordo compreende que os países em desenvolvimento terão mais dificuldade em cumprir as metas que os desenvolvidos e estabelece metas compatíveis.

Abordagem ESG para investimentos

Para incentivar o desenvolvimento econômico e social, os investidores estão sendo pressionados a ter uma carteira mais equilibrada e responsável. O princípio é não basta apenas gerar retorno financeiro, é preciso considerar o efeito gerado pelo investimento. De modo geral, os investimentos podem ser classificados em:

  • Tradicional

Investimentos em renda fixa (CDB, poupança, entre outros) e renda variável (ações, fundos imobiliários, entre outros)

  • Responsável

Evita investir em empresas de tabaco, armamento, álcool e que violam códigos, pensando em não gerar mais danos ambientais e sociais.

  • Sustentável

Busca-se empresas e projetos que promovam benefícios ambientais e sociais.

  • Impacto

Procura contribuir para soluções que gerem impactos ambientais e sociais positivos, com objetivos claros e mensuráveis.

  • Filantropia

Não necessariamente busca retorno financeiro. Investe principalmente em projetos com impacto social positivo.

O que analisar?

O investimento com foco em ESG analisa se o projeto ou empresa possui práticas adequadas em termos sociais, ambientais e de governança. Alguns aspectos analisados são:

AMBIENTAL

  • emissões
  •  biodiversidade
  •  gestão de recursos naturais
  •  eficiência energética e consumo
  •  gestão de resíduos
  •  mudanças climáticas

SOCIAL

  • direitos trabalhistas
  •  direitos humanos
  •  relacionamento com stakeholders
  •  negócios e produtos responsáveis

GOVERNANÇA

  • diversidade
  •  ética – compromissos e práticas
  •  composição do conselho de administração
  •  políticas

Qual tipo de impacto os investidores procuram?

Tanto social quanto ambiental, olham para ambos os investimentos (59%). No entanto, há uma predominância no retorno social (31%) e uma porcentagem pequena (9%) que olham exclusivamente para retorno ambiental (isso deve-se, em parte, à dificuldade de precificação dos ativos ambientais).

O que é gestão de impacto?

O crescimento dos investimentos com foco em ESG tras uma maior necessidade de medir e dimensionar o real impacto das ações. Os investidores têm usado como ferramenta para medir o impacto: os ODS da ONU, catálogo de métricas do IRIS (Impact Reporting & Investment Standards), GERS, Princípios Operacionais para Manejo de Impacto, ferramentas próprias e alguns simplesmente não reportam mensurar impacto. No geral, podemos identificar cinco dimensões a serem analisadas:

  • O que: resultados (outcomes) obtidos no período, parâmetro de resultado positivo, importância do resultado para o stakeholder, ODS ou outra meta global relacionada com o resultado. (exemplo: criação de creche, que colabora na inclusão de pessoas no sistema bancário, microcrédito)
  •  Quem: quem é o stakeholder servido pela solução (pessoas, planeta, bioma), abrangência geográfica, situação atual do stakeholder em relação ao resultado pretendido, características democráticas do stakeholder.
  • Quanto: escala, profundidade, duração (quantas pessoas, o quanto aquilo é relevante na vida das pessoas) exemplo: saneamento básico no Brasil, difícil de escalar, mas tem grande profundidade, importância e duração na vida das pessoas.
  •  Contribuição: contrafactual de profundidade, contrafactual de duração (o que teria acontecido, de qualquer maneira, caso não houvesse o projeto). exemplo: testes para a vacina do covid-19, usando placebo e a vacina, 1ª fase medir efeitos colaterais, 2ª fase medir imunização, 3ª fase testar segurança e efetividade a longo prazo.
  •  Risco: tipo de risco (evidência, existência, execução, continuidade, eficiência, adicionalidade, manifestação adversa…), nível de risco de impacto.
  • Como medir: há várias ferramentas e padrões globais (Global Reporting Initiative: questionário padrão que as empresas respondem para mostrar o estágio dela em desenvolvimento e approach; IRIS: Impact Reporting and Investment Standards; Lean Data; Impact Assessment; Task Force on Climate Financial Disclosures – TCFD; Sustainability Accounting Standards Board – SASB; Carbon Disclosute Project – CDP).

O futuro dos investimentos de impacto

O tema virou prioridade para empresas e investidores, mas ainda a discussão precisa amadurecer além dos modismos. É possível identificar seis frentes de avanço necessárias:

  1. Identidade: estabelecimento de princípios para Investimentos Impacto, compartilhar melhores práticas de gestão e mensuração de impacto, classificar o papel dos diferentes tipos de capital.
  2. Comportamento e Expectativas: alinhar incentivos com impacto, lançar campanha para mudar o modelo mental sobre o papel do capital na sociedade, atualizar os fundamentos base na teoria financeira.
  3. Produtos: desenvolver produtos para o varejo, expandir produtos de qualidade “institucional”, fomentar novos gestores, avançar o desenvolvimento de blended finance* (Is it fair to profit from the poor? – Michael Chu e Mohammed Yunus).
  4. Ferramentas e Serviços: desenvolver ratings para impacto, construir ferramentas de análise e alocação que incorporem retorno, risco e impacto, expandir os bandos de investimentos de impacto.
  5. Educação e treinamento: treinar profissionais de finanças nos conceitos de investimentos de impacto, apoiar o desenvolvimento de pequenos e novos negócios de impacto.
  6. Regulação e Políticas Públicas: esclarecer fronteiras do dever fiduciário, estabelecer incentivos fiscais para investimentos de impactos, criar um ambiente de negócios favorável para os investimentos.

É inevitável nos dias de hoje uma empresa não pensar em responsabilidade social, sendo um tema cada vez mais importante no comportamento das organizações e atinge diretamente nos objetivos, estratégias, visão, missão e valores da empresa.

Além de uma robusta experiência em alinhar às necessidades de inovação das empresas às oportunidades existentes de capacitação de recursos, a ABGI se apresenta como uma consultoria capaz de alinhar os valores das ESGs aos investimentos responsáveis, ajudando na melhor estratégia para cada empresa.

Este tema também ganhou relevância na sua organização?

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