O que é inovação para a Braskem?
A inovação é uma forma de pensar e agir que faz parte da essência da companhia. Seu papel tem sido fundamental na trajetória da Braskem, nos fazendo evoluir e entender as oportunidades e o potencial da nossa contribuição para melhorar a vida das pessoas por meio da química e do plástico.
O resultado desse esforço está presente na evolução contínua de nossos indicadores, com foco em eco eficiência e segurança, e também na criação de novos produtos e soluções
Para Braskem a inovação é a aplicação de novas abordagens, métodos ou tecnologias, resultando na evolução, renovação, crescimento e adaptação da organização para gerar valor.
Há uma área dedicada a inovação? Como está estruturada?
Os conceitos de inovação estão inseridos por todas as áreas da Braskem. Estimulamos os nossos Integrantes a desafiar e serem desafiados, para que possam exercitar diferentes olhares e experiências, construindo novos caminhos de aprendizado. Estamos sempre focados nas oportunidades de trabalho colaborativo e no intercâmbio de ideias e conhecimento, globalmente.
Especificamente existe uma área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) com aproximadamente 300 integrantes, 2 centros de inovação e tecnológica, 23 laboratórios, 7 plantas piloto e mais de 200 projetos no pipeline de inovação. Além disso, existe a área de Transformação Digital e o Braskem Labs, uma plataforma de empreendedorismo que acelera ideias e negócios de empreendedores que acreditam em seu potencial de transformar o mundo.
Como mantém o foco e o engajamento de toda equipe para a inovação?
O modelo organizacional da Braskem tem um alto nível de integração aonde a coordenação, planejamento e execução de suas estratégias relacionadas com a inovação reforçam o foco e o engajamento dos times. Existe uma flexibilidade e autonomia dentro das interações dos integrantes dentro como fora da empresa, incentivando aos indivíduos a formular novas ideias e novos jeitos de atuar. Da mesma forma, existe um programa de ação (PA) aonde cada integrante é desafiado com objetivos e metas para incentivar o crescimento profissional como da empresa.
Como lidam com os riscos relacionados ao desenvolvimento de projetos inovadores?
Os riscos são tratados seguindo metodologias de gestão de projetos conforme o PMBOK ou metodologias ágeis, dependendo do escopo e entregas de cada projeto. Em geral, o processo como são tratados os riscos inclui:
- O planejamento da gestão de riscos (que inclui uma metodologias e ferramentas),
- Identificação (que podem ocorrer sob forma de ameaças ou oportunidades), priorização e analises (qualitativa e quantitativa) dos riscos
- Desenvolvimento de opções e planos de ação como resposta aos riscos
- Monitoramento e controle dos riscos.
Conte-nos sobre a realização de projetos em parceria como universidades, ICTs ou startups
A Braskem trabalha com o processo de inovação aberta, aonde existem diversos projetos sendo desenvolvidos em colaboração com universidades (nacionais e internacionais), startups e outras parecerias externas. A modo de exemplo, desde 2018 temos parcerias com MIT e diversas startups do maior hub de inovação do mundo em Boston (USA), projetos de renováveis com a Universidade de Minnesota (USA), parcerias sobre reciclagem com a Universidade de Bath and Machester (UK) e Tecnogreen USP (Brasil). Como destaque, a Braskem tem um acordo de cooperação desde 2017 com a Haldor Topsoe (líder mundial em catalisadores e tecnologias para indústrias químicas e de refino) com foco em desenvolver tecnologia capaz de converter o açúcar em MEG dentro de uma única unidade industrial.
E o que a Braskem enxerga de tendência para o mercado que atuam nos próximos anos?
A área de inovação tem direcionado seus esforços para desenvolvimentos que vão além do plástico, focando no posicionamento da Braskem frente às mudanças de médio a longo prazo. Entre as megatendências, a Braskem dedicou esforços para o estudo sobre o futuro da mobilidade. Sobre este aspecto, tecnologias disruptivas e regulamentações estão provocando mudanças drástica nos próximos anos, podendo impactar a indústria de petróleo, criando novos players e transformando a indústria existente.
Outra mega tendência trata-se de desenvolvimento tecnológico da manufatura aditiva (impressão 3D) alinhado com a crescente demanda de mercado (Industria e Makers) por produtos que combinam versatilidade, performance e competitividade avançando da prototipagem para uso em escala industrial. Trata-se de oportunidade de desenvolvimento de negócios em indústria emergente com elevado potencial de geração de receita adicional, uma vez que este mercado de impressão 3D vem crescendo a taxas de 27 a 30% ao longo dos últimos 30 anos e as projeções apontam para crescimento na mesma ordem de grandeza nos próximos 10 anos.
Quais são os principais desafios para a empresa inovar no Brasil?
- Profissionais altamente competitivos para a inovação
- Produção de conhecimento junto com universidades e parques de P&D
- Estreitamento de trabalho cooperativo com o setor privado, setor público e setor da educação.
- Economia aberta a conhecimento internacional.
- Processos legais/regulatórios para fomentar a internacionalização da inovação e assim o setor privado e o setor educativo absorver tecnologias avançadas
- Evitar a cartelização e regularização de mercado, estimulando a concorrência e competências para o desenvolvimento
- Aprimorar a legislação de direitos de propriedade intelectual
Qual a sua visão sobre as tendências de fomento ao PD&I no Brasil e nas áreas de atuação da Braskem?
Hoje vejo várias oportunidades na linha de benefício fiscal, tendo como a principal a Lei do Bem, acredito que o processo inovativo irá desacelerar em virtude da economia mundial, que está sofrendo com a pandemia, porem agora é um bom momento para identificar fragilidades do sistema de fomento e planejar uma retomada com linhas que façam sentido para as empresas de base e fundamentais para a população.

Manoel Alexandre da Silva Te é Innovation Management Coordinator na Braskem, graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Capital e em Tecnologia da Informação na Universidade Cruzeiro do Sul, possui MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas.