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Coordenador da área de Inovação da Stefanini relata experiências da empresa em inovação com orientação para o cliente
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Time multidisciplinar e especializado em recursos financeiros para inovação, processos e ferramentas.

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Marco Stefanini ingressou no curso de Geologia no final dos anos 1970, quando o Brasil ainda vivia o ciclo do milagre econômico. Quando formou-se, porém, o cenário era de revés e ele foi trabalhar em um banco. Naquele período, muitos estudantes de exatas eram recrutados e treinados por instituições financeiras para atuar como analistas de sistemas. A experiência acumulada na função o levou a fundar, alguns anos mais tarde, a Stefanini, empresa focada em treinamentos que evoluiu para uma prestação de serviços em tecnologia. Atualmente a companhia está presente em mais de 30 países e fechou um faturamento de R$ 2,35 bilhões em 2014. O breve histórico ilustra bem o espírito de empreendedorismo e inovação do fundador da empresa, que carrega a inovação em seu DNA. “O caráter inovador foi essencial à Stefanini desde sua criação”, salienta André Mainart Menezes, gestor da área de Inovação. Nesta entrevista André fala de como a inovação é encarada pela Stefanini, das iniciativas da empresa e das tendências do mercado de TI.

Inovação está presente na missão da Stefanini. Mas de que forma a empresa compreende o conceito de inovação?

Nosso principal foco é a inovação com orientação para o cliente, algo que está expresso inclusive em nossa marca, “powering your business”. Mas isso não significa que nosso olhar está voltado exclusivamente para a ponta. A inovação dos nossos processos internos é parte importante desta estratégia, pois nos torna mais produtivos e nos permite entregar um serviço de mais qualidade. Atualmente o percentual da receita investido em inovação é de aproximadamente 10%.

A história da Stefanini é muito marcada por aquisições e, mais recentemente, por algumas fusões. Esses movimentos são estratégicos do ponto de vista da inovação?

Sem dúvida. Nossa visão de aquisição de empresas é impactada diretamente por nossa busca por novas soluções. A Stefanini tem utilizado essa estratégia com dois objetivos principais. O primeiro é aumentar suas ofertas. Um exemplo recente é a aquisição de 40% da Saque e Pague (rede de autoatendimento multisserviços), que permitirá à empresa levar algumas de suas soluções inovadoras para bancos e varejo. O segundo objetivo é internacionalização. Não por acaso a empresa é presença constante no ranking da Fundação Dom Cabral que elenca as multinacionais brasileiras mais internacionalizadas.

Como a área de inovação está estruturada?

A área de inovação é um hub que visa atuar com visão interna e externa à empresa. A equipe é composta por perfis multidisciplinares como área de gestão, design e tecnologia. Acreditamos que esta diversidade é a base para gerar valor para a Stefanini.

E como vocês atuam para que a busca por inovação não fique restrita a essa área? Para que ela permeie toda a empresa?

Para isso temos três objetivos estratégicos da área: estimular a cultura de inovação; acelerar a inovação dentro da empresa; e ampliar a visão de inovação internamente e dos clientes. No primeiro objetivo atuamos com workshops, hackathons e eventos de disseminação. No objetivo da aceleração temos um trabalho constante de análise de processos e de elaboração de innovation cases, além de uma área responsável pelo desenvolvimento de novos projetos. Por fim, o terceiro objetivo é buscado com estudos de tendências em tecnologia e também com o nosso programa OpenStartups, criado no fim do ano passado com o objetivo de gerar negócios a partir da sinergia com startups.

Como funciona esse programa?

Houve uma fase de seleção no ano passado em que 18 empresas foram escolhidas. De acordo com o foco de atuação de cada uma, estamos estabelecendo conexões entre essas startups e nossos clientes, como forma de alavancar novos negócios. Dependendo da sinergia, oportunidade e outros critérios, as startups do programa podem ser convidadas a serem analisadas para investimento. A perspectiva é que o segundo ciclo do programa seja anunciado até o final de novembro. (O site do programa pode ser acessado aqui).

Quais são as limitações e/ou dificuldades que se impõem ao mercado de TI?

Quando falamos em tecnologias nas empresas, hoje, não é mais um assunto restrito à área de TI. Nossos interlocutores nos clientes estão se modificando e se diversificando para a área de negócios, o que se impõe como um desafio, mas ao mesmo tempo como uma excelente oportunidade de ampliar nossa visão. O cenário brasileiro também é um dificultador, com a crise e perspectivas de corte de recursos de incentivo à inovação. Mas a Stefanini tem por natureza crescer em tempos de crise, exatamente por sua capacidade inovadora.

E o que vocês enxergam de tendência para esse mercado nos próximos anos?

Realizamos um aprofundado estudo em que mapeamos essas tendências. Uma de grande destaque é a visão centrada no usuário: as necessidades e a forma como o consumidor final irá utilizar determinada tecnologia são pontos que serão cada vez mais demandados. (Para quem se interessar, o estudo completo está disponível na internet em versão interativa e pode ser acessado aqui).

André Mainart Menezes

Líder da área de Inovação na Stefanini, maior empresa de serviços de tecnologia da América Latina, com unidades em mais de 30 países. Experiência diversa em inovação, estratégia e gestão tecnológica envolvendo consultoria, aceleradora e escola de negócios. Na Stefanini é responsável pela área de inovação trabalhando com projetos, cultura, recursos financeiros, mapeamento de tendências edesign de serviços digitais, dentre outras iniciativas. Graduado em Farmácia e Indústria pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especializado em Negócios e Marketing pela Fundação Dom Cabral, mestrado em Inovação pela UFMG e Service Designer pela Eise Lab.

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