O estado de Minas Gerais é muito diverso tanto do ponto de vista das realidades existentes quanto dos agentes do ecossistema de inovação, o que torna árdua a tarefa de elencar as prioridades. Buscando entender melhor e fomentar as demandas de Minas Gerais, a ABGI fez uma entrevista com o Superintendente de Inovação Tecnológica de Minas Gerais, Pedro Vaz.
Quais são as iniciativas atuais que visam fomentar a Ciência, Tecnologia e Inovação no estado. Ainda, na visão da SEDE, quem são os principais atores do ecossistema mineiro de inovação?
Em mapeamento realizado este ano pela SEDE por meio do programa Simi, foram identificadas mais de 1300 organizações que faziam parte no desenvolvimento dos diferentes ecossistemas de inovação de Minas Gerais. Cabe aqui citar o perfil desses atores que compõe o nosso ecossistema.
As instituições de ensino superior mineiras públicas e privadas que formam mão de obra para as empresas mineiras, destacando que o estado possui o meio número, entre as UF’s, de instituições públicas de ensino superior; as instituições de ciência e tecnologia que realizam pesquisas básicas e aplicadas que tem a capacidade de apoiar processos inovadores no setor privado e público; as empresas de base tecnológica e startups, que são grandes empregadores de mão de obra qualificada, enaltecendo a representatividade do setor a nível nacional, já que é o 2º maior ecossistema de inovação do Brasil em número de empresas; as instituições de apoio às empresas de base tecnológica e startups, como associações empresariais, incubadoras, pré-aceleradoras, aceleradores, venture builders, dentre outros; os fundos de investimento e grupos de investidores anjo que aportam recursos próprios ou de terceiros em empresas de tecnologia com alto potencial de crescimento; as empresas de médio e grande porte como grandes consumidores de inovação advinda do mercado ou da academia; e os próprios governos municipais muitas vezes responsáveis pelo incentivo à inovação a nível local.
Com isso, todas as inúmeras iniciativas desenvolvidas por esses atores são de extrema importância para o fomento à Ciência, Tecnologia e Inovação.
No tema inovação, percebemos como o mindset que predomina nas relações de sucesso é o da colaboratividade, com relações ganha-ganha. Neste sentido, como o governo de MG busca promover soluções tecnológicas que beneficiem mutuamente a sociedade, o meio ambiente e os negócios?
O Governo de Minas Gerais acredita que o incentivo às empresas que tenham como aspectos centrais ciência, tecnologia e inovação, por si só, beneficiam a sociedade e o meio ambiente, pela geração de empregos qualificadas e o incentivo à diversificação econômica do estado. De toda maneira, cabe ressaltar algumas iniciativas do Governo que também promovem essa relação ganha-ganha:
- O Seed é um programa para o fomento do ecossistema de startups e empreendedorismo de Minas Gerais que, na edição lançada neste ano, irá acelerar startups que prioritariamente sejam capazes de mitigar desafios apresentados por diferentes órgãos do setor público, desses 4 desafios são dos órgãos que compõe o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
- O programa Hub MG da SEDE, em conjunto com a Secretaria de Estado de Educação, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Fundação Lemann, a Imaginable Futures e a The MindCet estão realizando um programa de inovação aberta para selecionar e testar soluções tecnológicas que permitam a “redução da evasão escolar no ensino médio público mineiro”, desafio ainda mais relevante devido à pandemia corrente.
- Por fim, cabe mencionar o programa Uaitec que disponibiliza gratuitamente, para a população mineira, cursos online sobre programação, formação de agentes sanitaristas, gestão ambiental e recursos hídricos, além de diversos outros.
Por fim, em uma visão de futuro, quais são as ambições da SEDE quanto à CT&I? E, se houver, quais são os principais setores tecnológicos que buscam fomentar ou incentivar no estado?
A SEDE entende que CT&I são fundamentais para promover a diversificação econômica e impulsionar o desenvolvimento econômico do estado no médio e longo prazo. Para isso é necessário que os agentes que promovem essa inovação e essa diversificação tenham mais liberdade e menos amarras estatais para inovar. Com isso ambiciona-se que CT&I possa se tornar cada vez mais relevante em Minas Gerais para impulsionar a nossa economia.