Cada vez mais, as empresas buscam viabilizar a inovação de forma contínua, inteligente e com menor custo. No Brasil, há diversas oportunidades que fomentam a inovação, sendo a captação de recursos financeiros externos uma delas. Assim, as empresas que procuram aumentar sua vantagem competitiva através da inovação, devem se estruturar visando controlar seus processos, gerir o portfólio de projetos e programas de inovação, promover e gerenciar parcerias para inovação, além de capacitar a equipe envolvida.
Este é o caso da Klabin, empresa do setor de papel e celulose, a qual conta com mais de 19 mil colaboradores distribuídos em escritórios e 19 unidades industriais, sendo 18 no Brasil e 1 na Argentina.
Histórico de sucesso
A Klabin, considerada uma empresa madura no processo de gerenciar a inovação, já utilizou vários mecanismos de apoio direto ou indireto, como a Lei do Bem, além de diversos instrumentos de recursos financeiros reembolsáveis, não reembolsáveis e bolsas.
Em relação a Lei do Bem, a empresa se beneficia dos incentivos fiscais desde 2009, sendo que partir de 2014, já com apoio da ABGI, a empresa vem aumentando de forma considerável o benefício tendo em vista o aprimoramento dos controles internos para rastreabilidade dos projetos e dispêndios incorridos.
Para os instrumentos de apoio direto às atividades de PD&I, a empresa também já captou grandes valores para o desenvolvimento de projetos de pesquisa com diferentes órgãos de fomento regionais e nacionais, como o SESI SENAI e CNPq-RHAE.
Apesar dos bons resultados, a inciativa estava concentrada na área de P&D, e alguns projetos, embora estratégicos ou com alto risco tecnológico, acabavam tendo seu desenvolvimento despriorizado ou financiado apenas com capital próprio, sem contar com o apoio financeiro de instrumentos de fomento aderentes naquele momento.
Dessa forma, a empresa percebeu a necessidade de fomentar a inovação de forma mais abrangente, visando otimizar os recursos da companhia como um todo. O processo de mudança começou com a criação do HUB de Inovação Klabin, um escritório que tem a missão de promover a combinação entre os projetos e as oportunidades de fomento vigentes e facilitar a estruturação desses, proporcionando mais flexibilidade e agilidade no processo de captação de recursos.
Para a estruturação do HUB da Inovação, a Klabin contou com o apoio da ABGI para mapear todas as áreas operacionais, identificando aquelas com projetos que poderiam ter potencial para serem beneficiados tanto pela Lei do Bem quanto pelas oportunidades de fomento direto. Também foram mapeadas as áreas de suporte da empresa, que são imprescindíveis ao processo, como por exemplo a Controladoria e o Jurídico, e que estão passando por um processo de inovação.
Neste mapeamento, nove áreas novas foram destacadas, reforçando que haviam oportunidades não aproveitadas, uma vez que muitos colaboradores ainda desconheciam a possibilidade de uso dos incentivos da Lei do Bem, fomento, ou ambos, para seu projeto.
Portanto, alterar este cenário da empresa, exigiu uma nova abordagem.
Cocriando o futuro

O HUB de inovação sabia que apenas comunicar que havia um processo de captação de recursos a ser seguido na empresa, não resultaria ao engajamento necessário. Assim, a ideia foi criar um novo processo a várias mãos, ouvindo, conversando e entendendo como as áreas envolvidas enxergavam e utilizavam as oportunidades de fomento à inovação.
O processo de desenho do HUB envolveu várias etapas que incluíram um dia intenso de sensibilização sobre o tema com colaboradores de várias áreas, além de discussões e atividades de interação. Por meio da metodologia do Design Thinking, foram realizadas dinâmicas para entender como as áreas esperavam que o HUB atuasse e qual seria o papel de cada um nesse processo de captação de recursos à inovação.
As ideias foram avaliadas e transformadas no novo processo personalizado de captação de recursos da Klabin, o qual, pode meio de técnicas de gamificação, foi validado novamente pelos colaboradores.
De forma lúdica, os colaboradores experienciaram toda as etapas da captação de recursos, desde o início de um projeto, passando pela busca de oportunidades e controle necessários durante o desenvolvimento, até a prestação de contas e compartilhamento de aprendizados.
Lições aprendidas
Foram várias lições aprendidas durante todo o processo de cocriação, como por exemplo, que há fases da captação de recursos que são indispensáveis, como monitoramento de oportunidades e seleção de projetos. Nesse sentido, a ABGI apoiou também na criação de um framework para estruturação do processo de captação de recursos, mas que seja alinhado às necessidades da Klabin. Nesse sentido, o fluxo criado pela equipe da ABGI e compartilhado no livro ‘Fomento à inovação: Da ideia ao recurso’, sofreu algumas intervenções.
Isto porque, delimitar onde começa e termina o processo, responsáveis e responsabilidades podem variar de acordo com a operação e a governança estabelecida por cada empresa. É neste espaço que a Klabin visualizou a importância dos colaboradores se apropriarem do processo, e criarem a melhor forma de otimizar a captação de recursos.
Além do poder de criação dado aos colaboradores, o processo foi potencializado pelo Design Thinking, por ser uma abordagem sistêmica para resolução de problemas, permitindo um ambiente de criatividade e foco.
Por fim, vale reforçar o aprendizado de que um processo alinhado às necessidades da empresa e equipe capacitada e engajada são alguns dos elementos principais para o sucesso na captação de recursos e a Klabin alcançou mais este nível de maturidade.
A ABGI apoia as empresas na otimização dos seus investimentos em inovação por meio da construção da melhor estratégia, processos e ferramentas de suporte para inteligência financeira para captação de recursos e fomento à inovação. Entre em contato para conhecer melhor esta solução.