A gestão da inovação é um desafio para as empresas, pois envolve incertezas, investimento, captação de fomento, engajamento de todos os setores da empresa, desenvolvimento de uma cultura organizacional para inovação, gestão à longo prazo, entre outros.
Ao mesmo tempo, a inovação é necessária para manutenção da vantagem competitiva das empresas em um cenário de globalização, avanço tecnológico e aceleradas mudanças. Dessa forma, o conhecimento de estratégias de gestão da inovação, são facilitadores para alancar o processo, podendo levar as organizações de uma inovação interna (intraempreendedorismo) para inovação mais aberta (open innovation) e radical.
Como gerir a inovação?
A literatura especializada apresenta diferentes abordagens para a gestão da inovação, desde os modelos lineares, como o stage-gates, fortemente utilizado em grandes organizações para operações de desenvolvimento de novos produtos e de P&D, até os modelos centrados em capacidades, utilizado por aquelas organizações que possuem foco em inovação radical ou criação de novos negócios.
É importante conhecer os conceitos e se basear nos modelos estabelecidos como norteadores de uma nova estruturação, uma vez que, existe uma convergência em torno do processo de inovação nas empresas. Porém, devido a especificidade de cada organização, a Abgi acredita que a adaptação ou a criação de uma abordagem personalizada gera melhores resultados, uma vez que leva em consideração o cenário e os recursos da empresa.
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Conhecer e ampliar a capacidade de inovar
A partir da escolha da estratégia de gestão da inovação pela empresa (segundo suas particularidades), que lhe dará uma visão de macro processos e da integração das informações, um possível próximo passo seria a construção de capacidades organizacionais e o engajamento com outros atores do ecossistema de inovação para se alcançar a inovação aberta e mais disruptivas, como startups, universidades, inventores independes, entre outros.
A noção de capacidade de inovação perpassa pela exploração das potencialidades da empresa:
- Recursos físicos (ex.: equipamentos e máquinas),
- Recursos financeiros (ex.: orçamento dedicado à P&D e conhecimento sobre captação de recursos),
- Disponibilidade de profissionais e suas competências,
- Processos ou métodos/atividades (ex.: coordenação, gestão do conhecimento) e,
- Valores e mindsets de tomada de decisão (ex.: estratégia de inovação, cultura de inovação, engajamento da alta liderança).
Dessa forma, o desenvolvimento de capacidade de inovação requer compartilhamento de conhecimento, rotinas de aprendizagem criativa, intraempreendedorismos, colaboração com atores externos, mudança de valores organizacionais associadas à estrutura de poder e envolvimento da gerência e alta direção.
Em um estudo realizado com duas grandes empresas, em 2014, foi identificado atividades restritivas no processo de construção de capacidades: pressão contínua, foco de curto prazo para resultados econômicos, gerentes e funcionários sem tempo para seu desenvolvimento e inércia cultural.
Diante disso, o que pode potencializar o desenvolvimento de capacidade de inovação seria: a gestão de um portfólio de inovação e construção sistemática de programas de capacitação para inovação. E mais, para a construção de capacidade para inovação aberta seria necessário a construção de capacidade de network e a exploração de experiências de projetos de vanguarda (aqueles que experimentam e aprendem com novas tecnologias e exploram novas oportunidades de mercado).
E como inovar em parceria?
O engajamento com outros atores do ecossistema de inovação como as startups é uma estratégia do empreendedorismo organizacional e que lhe permite a efetivar a inovação aberta e inovações de maior impacto.
Existe a complementariedade entre empresas de grande e pequeno porte que motiva o engajamento em que ambos têm ganhos diretos. Por um lado, a grande empresa tem disponibilidade de recurso, mas possui certa inércia, e a pequena empresa possui escassez de recurso, mas tem agilidade nos processos e tecnologia de ponta.
Ao mesmo tempo, há as diferenças em processos, cultura, hierarquia e outros, que gera desafios na parceria. Há diversas formas de interação entre esses dois tipos de empresas, podendo-se ressaltar algumas delas através do esquema abaixo adaptado dos atuores Weiblen e Chesbrough. Por isso, é necessário avaliar qual o melhor tipo de relacionamento para a empresa no momento em que se encontra e suas necessidades.
| Outside-In | Inside-Out |
|
| Incubação Corporativa | ||
Com envolvimento em equity | Participação no sucesso da inovação desenvolvida externamente e ganho de insights estratégicos em mercado fora do core da empresa. | Visa prover caminho viável ao mercado para inovações corporativas promissoras, mas não ligadas ao core da empresa. | |
| Programas Outside-In | Programas Plataforma | |
Sem envolvimento em equity | Atração de inovação externas para estimular e gerar inovação corporativa. | Busca de inovação complementar externa para “empurrar” uma inovação corporativa existente (plataforma). |
Dessa forma, a adoção de estratégias para a gestão de inovação pode impulsionar as empresas no processo de inovação, mantendo, assim, seu protagonismo no ecossistema de inovação e sua competividade no mercado. As relações intra e interorganizacionais são aspectos relevantes a serem considerados para o sucesso na inovação.
A Abgi Brasil, como consultoria especializada em recursos financeiros para inovação, pode ajudar a desenhar os processos e ferramentas de gestão estratégica dos recursos para inovação, mobilizando parcerias e desenhando todo fluxo de governança, em linha com a empresa. Além disso, a Abgi pode auxiliar na elaboração e estudo de ambientes de inovação, que promovam estratégias de open innovation de forma a acelerar o processo inovativo.