
Para alimentar uma população estimada em 9 bilhões no planeta, a produção agrícola precisará ser cada vez mais eficiente, visando incrementar a produção em pelo menos 70%, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentos.
Assim como, a utilização racional dos recursos naturais e na preservação da biodiversidade também são indispensáveis para o agronegócio e estão diretamente relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU, em específico às metas 2.5 e 15.6.
Diante deste contexto, o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias são necessários para o enfrentamento dos desafios futuros de produtividade do agronegócio. Destacam-se as tecnologias da informação, para viabilizar a coleta de dados, transmissão e processamento em tempo real, que melhoram a produtividade e a sustentabilidade do campo, entretanto falta de conectividade e ampliação do acesso aos recursos digitais são obstáculos ainda a serem superados, conforme estudo apresentado pela FAPESP (2020).
Investimento em PD&I
Segundo análises do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) agrícola – públicos e privados – são a principal fonte de crescimento da produtividade agrícola brasileira entre os anos de 1975 e 2016. Ainda, no que tange o desenvolvimento de novas tecnologias é importante destacar a importância da integração do ecossistema de inovação para potencializar as atividades de PD&I, por meio da conexão entre empresas privadas, startups, instituições de ciência e tecnologia, agências de fomento e gestoras de fundos de risco.
Os polos de empreendedorismo que, de acordo com o Radar Agtech Brasil 2019, destacam-se no tema do agronegócio são: o AgTech Valley de Piracicaba, o polo de Londrina, promovido pela Sociedade Rural do Paraná (entre outros atores), e o Agrihub de Cuiabá. O Radar Agtech, realizado em parceria com a EMBRAPA, buscou mapear a presença das startups atuantes no segmento agro, identificando 1.125 startups, das quais 90% estão situadas nas regiões Sul e Sudeste do País.
Integrante de um ecossistema diverso e complexo, muitas empresas ainda encontram dificuldade para atuar em rede e desenvolver projetos de maneira colaborativa com outros agentes do ecossistema de inovação, seja com outras empresas, instituições de pesquisa, universidades, startups ou governo.
A dificuldade começa na definição da estratégia de inovação mais adequada para cada iniciativa e permanece durante a seleção dos parceiros e a formalização das parcerias, bem como no processo de internalização e escalabilidade das soluções.
Estabeleça a medida certa para a sua empresa
Independente do porte ou maturidade da sua empresa, recomendamos:
- analise as ambições para cada projeto e defina a estratégia de inovação, considerando objetivos de médio e longo prazo, aderentes às estratégias da organização.
- Integre o ecossistema de inovação selecionando áreas e parceiros para fomentar as necessidades técnicas e de captação de recursos financeiros para iniciar o desenvolvimento da solução.
- Tenha como objetivo dar escalabilidade as soluções cocriadas e preze por mensurar e compartilhar os resultados tangíveis e ganhos intangíveis de cada experiência.
Principais HUBs de inovação que visam apoiar pequenas empresas do setor agro
Explore e inspire-se com algumas iniciativas de sucesso no ecossistema de inovação do agro no Brasil.
O Pulse, localizado em Piracicaba, SP, é o hub de inovação da Raízen, uma grande empresa integrada de energia que atua em todas as etapas do processo: desde o cultivo da cana, com a produção de açúcar, etanol e bioenergia, até logística, distribuição e comercialização de combustíveis.
Também em Piracicaba, o AGTechGarage, promove a conexão entre grandes empresas, startups, produtores, investidores, academia, entre outros atores do ecossistema de inovação e empreendedorismo do Agro, para desenvolver soluções tecnológicas que aumentem a sustentabilidade e competitividade do agronegócio brasileiro.
O AGRI Hub, iniciativa do SENAR Mato Grosso, é uma rede de inovação em agricultura e pecuária que identifica as necessidades dos produtores rurais e os conecta a startups, mentores, empresas de tecnologia, pesquisadores e investidores para promover o melhor ajuste das tecnologias ao campo.
Além destas, também são destaque no Brasil o Conexa, localizado em GO e o SRP.Valley, localizado no Paraná.

Como a ABGI pode ajudar
Atuamos desde a definição de processos, ferramentas e instrumentos de fomento para apoiar sua empresa na estratégia e gestão de projetos de inovação até a mensuração dos processos implementados.
Veja aqui nossa visão sobre a Inovação na era da colaboratividade.
Autora:
Lorena Tameirão é formada em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília, na ABGI atua com projetos de fomento e Lei do Bem, tem experiência na coordenação de instrumentos nacionais de apoio à inovação aberta para indústrias, e estruturação de parcerias com startups.