A transformação do jeito de inovar

Confira o resumo do webinar que comentou sobre como as empresas estão lidando com os desafios de inovação na pandemia
Abgi

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Time multidisciplinar e especializado em recursos financeiros para inovação, processos e ferramentas.

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Tendo em vista o momento em que estamos vivendo devido a pandemia provocada pelo COVID-19, abordamos neste material os principais pontos discutidos durante a webinar “Meta Inovação: A transformação do jeito de inovar”, sobre o panorama da inovação, visão de presente e futuro, do ponto de vista dos participantes:

1 – Insights do estudo de impacto: a inovação não pode parar

A discussão do webinar começou com Bruno Moreira da Inventta apresentando o estudo A inovação nao pode parar, realizado pela Inventta e publicado em maio de 2020, que tinha como objetivo analisar o impacto que a crise do COVID-19 causou na forma como as empresas estão fazendo inovação, sendo abordados seis pontos:

  • Os desafios que a crise trouxe para os esforços de inovação;
  • Os impactos que a crise trouxe nos esforços de inovação;
  • As boas práticas as empresas estão utilizando para passar pelo momento;
  • Como que a inovação pode contribuir para o momento que a empresa está vivendo;
  • A percepção, do ponto de vista dos entrevistados, de como estarão após a crise;
  • Os principais aprendizados que as organizações tiveram no processo.

Algumas das principais constatações deste estudo apontaram que:

  • A falta de previsibilidade de quando este momento irá passar, e como será depois, causou forte impacto no planeamento;
  • Um dos principais desafios foi ajustar a mudança repentina do jeito de trabalhar (trabalho remoto, inclusive, para equipes envolvidas em PD&I);
  • O foco atual está no curto prazo, com os esforços voltados para a parte de digital, canais, ajuste de produtos, etc;
  • Houve uma necessidade urgente pela redução dos esforços de inovação por parte das empresas entrevistadas;
  • Com a redução na intensidade dos esforços de inovação, os recursos foram redirecionados para outros aspectos do negócio;
  • Por outro lado, houve a priorização das pessoas, tanto para as organizações que tiveram aumento de demanda, quanto as que tiveram redução;
  • O resultado após a crise, pelo ponto de vista dos entrevistados, é de que as organizações terão uma maior capacidade de inovação. Dois grandes elementos corroboram com este aspecto: (1) aproximação da inovação com a estratégia da empresa; e (2) maior abrangência dos esforços inovativos, não estando limitados a uma área, e sim espalhada por toda a empresa.

2 – Pessoas: espaço para transformação cultural nas organizações

Para a Nathália Tavares da Troposlab, é importante para as empresas pensar no quão importante as pessoas são no processo de inovação. Diante de uma crise, a inovação normalmente gera incerteza, e uma certa resistência, mas são a chave para a superação.

“Realmente é tudo novo, nesse momento de crise e de tantas incertezas, é mais ainda complexo pensar no indivíduo dentro da organização. Mas ao mesmo tempo, as pessoas se tornam chave nesse processo de vencer e passar por esta crise, e obviamente, fazer que a empresa continue no mercado operando”, ressaltou.

Outros aspectos abordados, foram sobre como o momento acelerou o processo de digitalização nas organizações, mas nem todas estavam preparadas para esta mudança. O acesso a ferramentas e a canais digitais aumentou, mas existe ainda a necessidade de transformar a cultura destas empresas.

Destacamos duas questões em destaque:

  • (1) desenvolver nos líderes a sensibilidade e a habilidade de liderar à distância, considerando as mudanças drásticas impostas pelo momento e considerar que estes líderes também foram afetados pela nova realidade;
  • (2) as empresas devem estimular o comportamento das pessoas com foco no empreendedorismo para que a mudança na cultura possa ocorrer.

3 – Perspectiva de investimentos

Segundo Renato Ramalho da KPTL, as oportunidades aparecem quando se é tirado de sua zona de conforto, quando se é “chacoalhado”. Acredita que no médio e longo prazo muitas oportunidades positivas surgirão para todos os setores. A digitalização, o amadurecimento do P&D, transformações na cultura, todo o capital humano tende a se desenvolver mais rápido nestes momentos de maior desafio.

Foi perceptível a falta de digitalização por parte do governo para manter os serviços. Contudo, a crise trouxe uma série de investimentos em tecnologia para o governo e também do ponto vista de regulação.

Há setores que estão sendo menos impactados, como o caso do agronegócio, que precisou continuar seus esforços para abastecer o país, cada vez de maneira mais eficiente, buscando recursos e também de olho nos aspectos socioambientais.

4 – Recursos financeiros

Quando foram surpreendidos pela crise do Covid-19, Maria Carolina pontuou a primeira ação da ABGI, que tem como missão alavancar a inovação nas empresas por meio de recursos financeiros, foi conversar com o governo e órgãos de fomento.

“Identificamos as oportunidades de fomento, principalmente, as agendas do governo que estavam ativas no planejando de curto prazo, visto que as empresas estavam preocupadas principalmente com a manutenção de seu capital de giro.”

O momento foi de alinhamento com as principais agências de fomento do Brasil para questionar se a inovação ainda permanecia na pauta e se os recursos com este objetivo estariam disponíveis.

Os recursos financeiro são importantes, inclusive, para que as organizações possam se reerguer e recomeçar, mas também reforçou que a inovação também precisa ter foco no médio e longo prazo.

Apesar dos recursos financeiros terem siso mantidos para este momento, observa-se redução na disponibilidade dos recursos públicos nos últimos anos, e ficando cada vez mais competitivo. Com vista a esta situação, é necessário refletir como o ambiente privado pode ser mais engajado e participativo dentro desse processo.

Na busca por novas alternativas, a ABGI começou a estudar sobre os Green Bonds (Títulos Verdes), que são títulos de dívidas voltados para projetos de sustentabilidade.

Confira nosso ebook sobre como o que são os títulos verdes e como utilizá-los para alavancar a inovação!

5 – Como a iniciativa privada pode ser mais propositiva

Maria Carolina afirma, que com o momento os investidores estão mais racionais no que investir, com um foco diferenciado, e também mais criteriosos em buscar projetos que tragam retorno para a sociedade e para a economia. Os Green Bonds podem ser oportunidades interessantes para viabilizar esse tipo de projeto e obter retorno no investimento.

E acreditando no poder da inovação e de projetos sustentáveis, os investidores privados tem um papel diferenciado e podem ser protagonistas na hora de avaliar também o impacto econômico-social das ações.

6 – Estratégia de inovação

Bruno Moreira conceitua a inovação como: o resultado do esforço que você faz para mudar uma proposta de valor que você tem, seja em um produto, seja em um negócio, seja em uma área. Uma certeza para o mundo pós pandemia é que não será igual e podemos perceber algumas pistas que aproximam a inovação da estratégia das empresas.

  • Do ponto de vista do consumo, tudo será mais digital, ainda por um período será realizado de forma isolada e o trabalho ocorrerá de forma remota;
  • A crise irá gerar uma reconfiguração das cadeias de valor;
  • As mudanças que irão ocorrer no mundo em termos de mercado, consumo e negócio, exigirão muita inovação por parte das organizações;
  • Dentro do novo contexto, a inovação deve ser o cerne da estratégia da empresa.

7 – Papel da colaboração

A colaboração, segundo Nathália Tavares, já é um movimento perceptível no mercado. As empresas estão percebendo que enfrentar os desafios juntas traz oportunidades de inovação.

  • A colaboração dentro das empresas, entre setores que antes não interagiam;
  • A colaboração entre empresas dentro de uma mesma cadeia;
  • A colaboração com empresas de outros setores em prol de algo;

Um dos aprendizados que esta crise nos trouxe é que o trabalho pode ser muito melhor em colaboração. O potencial de trabalhar juntos, característico da cultura brasileira, está sendo muito desenvolvido e tende a ser contínuo.

Maria Carolina complementa, que quando se avalia os instrumentos de fomento disponíveis, alguns já apresentam de forma moderna, o apoio formal para a criação de parcerias para desenvolvimento de projetos de inovação. O Open Innovation, ou inovação aberta, passa a ter mais sentido para as organizações, pois várias competências juntas podem trazer melhores resultados.

8- O jeito de pensar das startups

As grandes empresas devem aprender muito com as startups, contudo, Nathália Tavares, afirma que tudo deve ser adaptado ao contexto da empresa, deve-se atentar que:

  • Adaptações que precisam ser feitas, não é copiar e colar o modelo da startup na grande empresa, pois são contextos diferentes.
  • Respeitar os elementos de cultura da organização, seus objetivos, seu foco de inovação, o quanto as pessoas estão dedicadas (dedicação maior ou menor à inovação).
  • As adaptações não são apenas no uso destas ferramentas e metodologias, mas também em seus controles. Devem ser checados os aspectos que estão rodando bem e os que não estão.
  • As equipes precisam ser preparadas para receber as novas ferramentas e metodologias. Preparadas tecnicamente e também em relação ao comportamento para receber o novo processo que totalmente novo ao que já estava acostumado.

9 – Incorporação de startups e mudanças na cultura

Renato Ramalho afirma que o modelo de incorporação de startups por grandes empresas tem funcionado bem e deve se manter por algum tempo.  Talvez não tenha a capacidade de mudar a cultura da organização, pois estas mudanças acontecem de forma bem particular e em um ritmo único para cada organização, de acordo com o tamanho da iniciativa, do tamanho do ativo que a corporação está absorvendo da startup.

Este modelo é uma das alternativas para se inovar com rapidez e eficiência para grandes empresas, desde que se faça um bom trabalho de seleção e um bom processo de incorporação.

10 – Organizações com propósito

Reflexão sobre o papel das organizações e como deve ser mais abrangente do que apenas comercial. As organizações não devem tentar suprir o papel do governo, mas devem reavaliar suas relações, seja com seus fornecedores, clientes e colaboradores. Isto é, avaliar e entender o impacto da empresa na sua sociedade como um todo, de forma a ser mais humana.

Hoje as empresas que conseguem articular de forma mais sistêmica o benefício para todo o seu público, acabam saindo melhor de crises como a que passamos atualmente.

Quanto mais a organização fortalece o seu propósito e entende o seu papel sistêmico, há maior aproximação das camadas:

  • Inovação;
  • Responsabilidade Social;
  • Sustentabilidade;
  • A inovação com o papel chave de ligar todos os pontos.

Confira o webinar na íntegra!

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